Caracterizadas como inflamações no fígado que podem ser causadas por vírus, bactérias ou pelo consumo excessivo de produtos tóxicos – como álcool ou medicamentos, as hepatites podem tornar-se crônicas, levando a outras doenças – como cirrose e câncer. Por isso, a campanha Julho Amarelo – criada em alusão ao Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais, lembrado em 28 de julho – visa conscientizar a população sobre a importância da prevenção, do diagnóstico e do tratamento dessa doença.
Há três principais tipos de hepatites virais, sendo elas Hepatite A, Hepatite B e Hepatite C, que, em geral, são assintomáticas. Assim, o diagnóstico ocorre por meio de exames de sangue. A Hepatite A, por exemplo, é transmitida por via fecal-oral, pelo consumo de alimentos, talheres e copos contaminados. Já na Hepatite B, a transmissão acontece a partir de relações sexuais, de objetos perfuro-cortantes que contenham sangue contaminado ou de mãe para filho.
A contaminação pelo vírus da Hepatite C, por sua vez, se dá, principalmente, por meio de sangue contaminado. Nesse caso, as chances de a transmissão ocorrer de mãe para filho ou por relações sexuais são inferiores a 15%. De acordo com a médica hepatologista e doutora em Gastroenterologia, Raquel Scherer de Fraga, a Hepatite C foi uma das doenças cujo tratamento mais evoluiu nos últimos 20 anos. “Surgiram medicamentos altamente eficazes e com um perfil de segurança muito bom, ou seja, com poucos efeitos adversos”, afirma a especialista.
Atualmente, segundo a especialista, as chances de cura estão próximas a 100% dos casos. “O novo Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas das Hepatites Virais contempla tratamento para todos os pacientes pelo Sistema Único de Saúde, o SUS, independentemente do grau de lesão hepática”, explica. Salienta-se, ainda, que as hepatites A e B podem ser prevenidas com vacinas – disponíveis na rede pública de saúde e que integram o calendário de vacinação infantil.
Dra. Raquel Scherer de Fraga
Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1998), residência Médica em Medicina Interna no Hospital Nossa Senhora da Conceição (1999-2000), residência em Gastroenterologia no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (2001-03). Mestre em Gastroenterologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2005), doutora em Gastroenterologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2009). Médica gastroenterologista, com Certificado de Área de Atuação em Hepatologia.Preceptora do Programa de Residência Médica em Gastroenterologia da Universidade Federal da Fronteira Sul / cenário de prática no Hospital de Clínicas de Passo Fundo.