Diariamente, nos consultórios médicos, recebemos pacientes com doença hepática, que são fumantes e ingerem bebidas alcoólicas. Há vários anos, conhecemos os efeitos maléficos do álcool no fígado, mas o que poucas pessoas sabem é que o hábito de fumar também é prejudicial nesse sentido. O erro mais comum do alcoolista que apresenta cirrose ou outra doença hepática é dizer “agora vou parar de beber por causa do meu fígado, mas vou continuar fumando, porque o cigarro não tem problema…”.
É importante salientar, portanto, que o fígado tem uma função importante na filtragem do sangue. Ao ingerirmos substâncias prejudiciais ao organismo, o fígado as expele pelo intestino, através das fezes. Com o tabagismo, por exemplo, grande parte das substâncias cancerígenas e das toxinas presentes no cigarro são absorvidas pelo pulmão e caem na circulação sanguínea, indo diretamente para o fígado – que, ao tentar filtrar tais toxinas, tem sua função comprometida, principalmente se ele já for um órgão doente.
Além disso, nos últimos anos, diversas publicações científicas sugerem que fumar faz mal para o fígado e o tabaco é um fator de risco para o surgimento do câncer de fígado. Esses estudos revelam que o tabagismo acelera ou agrava uma doença hepática pré-existente, como esteatose (gordura no fígado), hepatite crônica pelos vírus da hepatite B e C ou qualquer outra forma de hepatite crônica.
Baseado nessas informações, podemos concluir que fumar também faz mal ao fígado, seja ele doente ou sadio. Portanto, a recomendação atual é que pessoas com doenças hepáticas já conhecidas devem abandonar tanto o uso de bebidas alcoólicas quanto o tabagismo.
Por: Dra Raquel Scherer de Fraga/Hepatologista e Professora de Medicina da IMED.
Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), cerca de 50% dos diagnósticos de câncer e 70% das mortes causadas por essa doença ocorrem em indivíduos acima de 65 anos – números que tendem a crescer conforme o percentual de idosos aumenta.
Pensando nisso, o cuidado paliativo é indicado para todas as pessoas que sofrem com o câncer, especificamente em situações nas quais ele ameace a continuidade da vida. Geralmente, a aplicação desses cuidados é mais aceitável em pacientes mais velhos, mas é importante salientar que, além do câncer, outras doenças frequentes na população idosa também possuem indicação de cuidados paliativos, tais como demências, insuficiência cardíaca, enfisema pulmonar e a doença renal crônica.
Os princípios do tratamento de câncer em pacientes mais velhos são os mesmos aplicados nos mais jovens. A diferença é que, no caso dos idosos, eles podem, em decorrência da idade, apresentar decadência da função de órgãos e, por essa razão, carecem de uma atenção especial quanto aos riscos da quimioterapia em relação à qualidade de vida. Desse modo, a fim de tornar os tratamentos mais eficazes, a detecção precoce do câncer é sempre importante para todos os pacientes.
Por fim, determinar a melhor estratégia no tratamento oncológico para o paciente idoso requer uma avaliação completa, que analisa a expectativa de vida do paciente, sua aptidão física, apoio social, opções e crenças pessoais. Portanto, na hora de escolher seu médico especialista, certifique-se que ele é de confiança para conversar com você sobre todos os processos envolvidos nesse período.
Por: Dr. Luis Alberto Schlittler – Médico Oncologista