Quimioterapia e a queda de cabelo

Quimioterapia e a queda de cabelo

A queda de cabelo durante o tratamento oncológico é um dos tópicos que mais gera dúvida e ansiedade nos pacientes.  Afinal, há alguns tipos de drogas – denominadas antracíclicos e taxanos – que a favorecem. Tais fármacos são utilizados, por exemplo, no tratamento de câncer de mama e de linfomas, contudo, muitos protocolos – ou seja, tipos de quimioterapia – não causam a queda de cabelo.

Atualmente, existe, no Brasil, uma tecnologia que faz uso do frio. O paciente coloca uma touca gelada na cabeça durante as sessões de quimioterapia – o que diminui o fluxo de sangue na região. Com isso, a quantidade de medicação que chega até a raiz do cabelo é menor, preservando as células germinativas do couro cabeludo. A taxa de sucesso varia entre 60% a 100%, entretanto, como toda tecnologia, ela está restrita aos grandes centros de referência em oncologia – que são, infelizmente, privados.

Dessa maneira, restam poucas alternativas ao paciente para evitar a queda. O cabelo começa a cair, normalmente, no início do segundo ciclo, ou seja, depois de 14 a 21 dias de tratamento. A queda pode ser percebida durante o banho, ao acordar e também ao pentear-se. Em geral, recomenda-se que os pacientes raspem a cabeça o quanto antes, uma vez que esse processo pode gerar muita angústia e ansiedade.

Após o término do tratamento, o normal é que em, aproximadamente, 40 dias os primeiros fios apareçam. Há casos em que esse tempo é maior ou nos quais o cabelo começa a nascer com falhas. Nessas situações, geralmente, o paciente é encaminhado a um dermatologista especializado, que pode indicar o uso de tonalizantes específicos. É possível estimular o crescimento fazendo massagens diárias com óleos na região do couro cabeludo, além de sempre proteger a cabeça com o uso de protetor solar, chapéus ou lenços.

Uma vez que a quimioterapia altera as células germinativas do couro cabeludo, o cabelo pode nascer “diferente” após o tratamento, crescendo em ciclos distintos – ora com fios mais grossos, ora mais finos. Além disso, também pode ocorrer uma redução da espessura da fibra capilar. Assim, é normal o cabelo ficar mais ondulado e um pouco mais frágil no início, sendo comum, ainda, o surgimento de alguns fios grisalhos.

A tendência, no entanto, é que o crescimento se normalize. Durante esse período, é importante tomar certos cuidados, como utilizar shampoos neutros (aqueles para crianças também são indicados) e não fazer nenhum tipo de química no cabelo (tingimentos, progressiva, permanente, luzes ou relaxamento) por três meses.

Por: Dr. Luis Alberto Schlittler – CRM 24748

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