A ideia de que o câncer é uma doença somente de quem envelhece vem sendo questionada por estudos ao redor do mundo. Pesquisas realizadas recentemente nos Estados Unidos, que demonstraram o aumento da incidência de câncer em pessoas com menos de 50 anos, fizeram surgir a dúvida sobre o panorama brasileiro em relação a esse aspecto. Por isso, dados do Datasus e do Instituto Nacional do Câncer (Inca) foram analisados e, a partir deles, elaborou-se o trabalho: “Câncer antes dos 50: como os dados podem ajudar nas políticas de prevenção”.
Os resultados apontam que, no Brasil, também houve aumento de incidência e mortalidade na população mais jovem por alguns tipos de câncer que eram relacionados ao avanço da idade. O trabalho apurou que tal crescimento está ligado a fatores de risco presentes nos hábitos e no estilo de vida dos brasileiros – o que salienta a importância de definir políticas públicas que visem diminuir os índices da doença.
Frente a essas informações, é fundamental fomentarmos o debate sobre a relevância dos dados, pois confiamos que, assim, haverá melhor entendimento do cenário e planejamento de ações de enfrentamento ao câncer. A obesidade abdominal e tabagismo, por exemplo, são consideráveis fatores de risco para o desenvolvimento de vários tipos de câncer.
Atualmente, a obesidade é responsável por 30% de todos os tumores. Já a fumaça do tabaco libera várias substâncias químicas – algumas classificadas pela Agência Internacional de Pesquisa do Câncer (InternationalAgency for ResearchonCancer- IARC), da Organização Mundial da Saúde, como carcinogênicas para humanos. Com isso, o tabagismo é um dos principais fatores de risco para os cânceres de pulmão, cavidade oral e laringe, também associado à incidência dos cânceres de intestino, mama, próstata e tireoide.
Por: Dr. Luis Alberto Schlittler – Oncologista (CRM 24748)
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