Em meio a diferentes formas de luto, a empatia é ainda mais essencial

Em meio a diferentes formas de luto, a empatia é ainda mais essencial

Por Luiz Henrique Toledo

Psicólogo pós-graduado em Avaliação e Diagnóstico Psicológico
e membro do quadro funcional do Hospital Notre Dame São Sebastião

Recentemente, um artigo publicado pela Harvard Business Review apontou que o intenso desconforto sentido por algumas pessoas, durante a pandemia de Covid-19, pode ser caracterizado como luto.

Segundo o estudo, as emoções decorrentes do período de isolamento social são vinculadas a sentimentos acarretados pela perda – neste caso, não necessariamente de uma pessoa, mas da liberdade.

Além desse luto, outros mais são experimentados graças ao surgimento do novo coronavírus, como o antecipatório – um luto fundamentado na ansiedade, que é vivenciado quando se percebe o futuro incerto, provocando uma ruptura com a sensação de segurança.

Para superar o luto, um bom começo é compreender os seus diferentes estágios – lembrando que eles não se desenrolam de forma linear e nem, necessariamente, na seguinte ordem:

– Negação: “Esse vírus não irá nos afetar.”
– Raiva: “Você está me fazendo ficar em casa e tirando minhas atividades.”
– Barganha: “Ok, se eu permanecer em isolamento social por duas semanas tudo ficará bem, certo?”
– Tristeza: “Eu não sei quando isso irá passar.”
– Aceitação: “Isso está acontecendo, eu preciso descobrir como proceder.”

É na aceitação que reside o poder, pois é nela que temos controle sobre as nossas atitudes – como fazer a correta higienização das mãos, manter uma distância segura dos outros indivíduos e buscar alternativas para trabalhar de forma remota.

Para alcançá-la, porém, é preciso estar presente – uma condição favorecida pela prática de meditação ou mindfulness. Afinal, no momento presente, nada do que você antecipa está acontecendo. Nele, você está bem.

É necessário, também, abrir mão daquilo sobre o que não se tem controle, direcionando esforços para aquilo está ao seu alcance – as posturas preventivas individuais, por exemplo.

Finalmente, este é um bom momento para praticar a compaixão, compreendendo que os indivíduos experimentam diferentes níveis de medo e de luto, que se manifestam de formas, também, diferenciadas.

 

 

 

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