Por Camila Comin
Oftalmologista e membro do corpo clínico do Hospital Notre Dame São Sebastião
Uma doença da córnea diagnosticada em uma a cada 2 mil pessoas, o ceratocone é caracterizado pelo aumento irregular da sua curvatura, de modo que o órgão assume o formato de um cone.
Afetando ligeiramente mais mulheres que homens, seus primeiros sintomas são, geralmente, identificados ainda na adolescência. Observa-se, então, que a doença costuma evoluir até os 30 ou 35 anos, quando ocorre uma estabilização natural.
O aparecimento e a progressão do ceratocone – cujos principais sintomas são o embaçamento e a distorção da visão, além do aumento frequente dos graus de miopia e astigmatismo – costumam decorrer de uma combinação entre fatores genéticos e ambientais, como o hábito de coçar os olhos.
Mesmo que já existam alternativas terapêuticas para a estabilização da doença e a reabilitação visual, como o uso de óculos e lentes de contato especiais ou, ainda, métodos cirúrgicos, deve-se evitar friccionar os olhos – ato que é o maior fator de risco para o surgimento do ceratocone.
Por Afonso Papke
Reumatologista e membro do corpo clínico do Hospital Notre Dame São Sebastião
O reumatologista é o médico especialista no tratamento de reumatismos – doenças que se manifestam em qualquer órgão e são caracterizadas pelo acometimento do Sistema Musculoesquelético, causando dor e inflamação nas articulações. Entre elas, estão a artrite reumatoide e a associada à psoríse, e espondiloartrite e o lúpus.
O reumatologista é, também, o profissional habilitado para o tratamento de dores crônicas não inflamatórias, como as de artrose e fibromialgia – doenças que podem ocorrer em qualquer idade, acarretando sérios prejuízos à qualidade de vida dos pacientes, caso os sintomas não sejam adequadamente tratados.
A atuação desse especialista, comumente, é norteada por avaliação clínica, além de exames laboratoriais e de imagem.
Subsidiados pelo Executivo e pelo Legislativo dos municípios de Alto Alegre e Espumoso, além da sua respectiva Comarca, cinco leitos de Unidade de Terapia Intensiva passam a estar disponíveis, no Hospital Notre Dame São Sebastião, a pacientes que apresentarem quadros extremos da Covid-19. A união entre os três poderes, além da contribuição das comunidades, permitiu, ainda, o aumento da capacidade de atendimento a casos de menor gravidade, graças à inauguração de seis leitos clínicos exclusivos para tratamento de infectados pelo novo coronavírus.
Realizada na última sexta-feira (19), a solenidade inaugural foi prestigiada pela presidente da Congregação de Nossa Senhora – mantenedora da Rede de Hospitais Notre Dame, Irmã Rosa Hoelscher; pela diretora dos Hospitais Notre Dame, Irmã Cristina Backes; e pelo administrador financeiro do Hospital Notre Dame São Sebastião, Rafael Scolari. Eles, em nome dos cidadãos domiciliados na área para a qual a casa de saúde é referência, demonstraram às autoridades presentes a gratidão pelo empenho empregado na ampliação do atendimento a pacientes sintomáticos da Covid-19, tendo em vista a projeção de que o pico da doença, no Rio Grande do Sul, deve ocorrer nas próximas semanas.
Entre elas, estavam os prefeitos municipais de Alto Alegre, Gilmar Tonello, e de Espumoso, Douglas Fontana; representantes dos seus respectivos Secretários Municipais de Saúde, Flávia Dierings e Marileisa Valandro; representantes das Câmaras de Vereadores de ambos os municípios, Marines Orsolin Batistti e Roberto Carlos Iopp; e a Promotora da Comarca de Espumoso, Suzane Hellfeldt.
Foi lembrada, também com gratidão, a colaboração de organizações, como a Associação de Assistência à Saúde dos Funcionários da Cotriel e a Cooperativa de Crédito Sicredi, além do empenho de cidadãos do Alto da Serra do Botucaraí, para equipar o Hospital Notre Dame São Sebastião, visando ao enfrentamento à pandemia provocada pelo novo coronavírus.
Por Saulo Cocio Martins Filho
Cirurgião Torácico e Pneumologista
e integrante do corpo clínico dos Hospitais Notre Dame Júlia Billiart e São Sebastião
Define-se o nódulo pulmonar solitário como a lesão discreta, com diâmetro entre 3 mm e 3 cm, que é completamente circundada por parênquima.
Frequentemente, tais nódulos são detectados de modo acidental, ao realizar-se uma radiografia de tórax. Nesses exames, contudo, as densidades de tecidos moles não pulmonares – como imagens de mamilos, verrugas, nódulos cutâneos e anormalidades ósseas – podem ser confundidas com nódulos pulmonares. Estes, por sua vez, caracterizam-se como malignos (câncer primário ou metastático) ou benignos (não cancerosos).
Mais de 90% dos nódulos com menos de 2 cm de diâmetro são benignos, como cistos ou tumores como hamartomas. Entre as causas para o seu desenvolvimento, estão doenças autoimunes, infecções por fungos e tuberculose.
Mesmo assim, é natural que a detecção de um nódulo motive a preocupação acerca do câncer – seja de pulmão ou proveniente de um outro órgão, disseminando-se para o pulmão.
São mais propensas ao desenvolvimento de nódulos malignos as pessoas que vivem a partir da sexta década de vida e fumam ou fumaram, por mais de 20 anos, cerca de 20 cigarros por dia. Também é muito importante a ocorrência de câncer de pulmão nos familiares. Raramente, porém, a exposição a produtos químicos e à radiação podem ser precursores da doença.
Dessa forma, em um paciente jovem, com nódulo pulmonar solitário de 0,4 cm, sólido, calcificado, bem definido e estável por mais de dois anos, a probabilidade de um processo benigno é extremamente alta. Já em um paciente idoso, tabagista, com nódulo pulmonar de 3 cm de diâmetro, não calcificado, especulado e com evidência de duplicação do seu volume em seis meses, o risco de a lesão ser maligna é muito elevada.
Por isso, é recomendado estimar probabilidades, antes da realização de teste de malignidade em pacientes que apresentem nódulo pulmonar solitário – seja qualitativamente, a partir de julgamento clínico, ou quantitativamente, por meio de modelos validados cientificamente.
O primeiro passo é, portanto, uma revisão das radiografias de tórax. Caso o paciente possua exames antigos, a simples comparação com o atual pode ajudar a definir a natureza do nódulo.
A tomografia computadorizada de tórax também colabora para a avaliação do nódulo, pois ela oferece um melhor detalhamento anatômico, permitindo identificar calcificação e gordura com maior precisão. Além de possibilitar a observação das características do nódulo, como tamanho, densidade e cavitações, o exame é fundamental para o diagnostico diferencial, já que oportuniza a detecção de diversas alterações, tais como linfadenopatias, bronquiectasia, tumores, cistos e nódulos pulmonares, alguns estágios de câncer de esôfago, aneurisma de aorta torácica, efusão pleural, pneumonia e suas complicações, tamponamento cardíaco e edema pulmonar, entre outras.
Quanto ao tratamento recomendado, ele pode ser de observação ou cirúrgico.
O primeiro é indicado se a presunção de doença maligna for muito baixa e a lesão menor que 1 cm de diâmetro ou se o paciente não for candidato à intervenção cirúrgica, de modo que a lesão seja monitorada ao terceiro mês após a sua identificação, ao sexto mês e, então, anualmente, por dois anos. Se, ao longo desse período, ela não crescer, provavelmente é benigna.
Já quando as causas não malignas são pouco prováveis, recomenda-se aos pacientes a ressecação – a não ser que a cirurgia esteja contraindicada em razão de baixa função pulmonar e comorbidades.
Em entrevista à assessoria de comunicação da Rede de Hospitais Notre Dame, a nutricionista Jordana Tirloni da Silva apontou que a obesidade mórbida, ou seja, o acúmulo de uma grande quantidade de gordura no corpo, vem crescendo mais rapidamente na infância que na vida adulta.
Segundo a colaboradora do Hospital Notre Dame São Sebastião, esse dado é preocupante, pois estima-se que três a cada quatro crianças acima do peso se tornarão adolescentes obesos. Por sua vez, 89% dos adolescentes obesos deverão manter a condição quando adultos.
Além disso, a obesidade precoce favorece o surgimento de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, e afeta o crescimento e desenvolvimento infantil, pois impacta a regulação hormonal. Pode, até mesmo, acarretar distúrbios psicológicos.
Confira, no áudio abaixo, a entrevista na íntegra:
Por Lilian Missio
Pediatra e integrante do corpo clínico do Hospital Notre Dame São Sebastião
Iniciadas por volta da terceira semana de vida, as cólicas podem se estender até o quinto mês, contudo, é mais comum que cessem ainda no primeiro trimestre.
Elas fazem parte do amadurecimento do sistema digestivo do bebê. Por isso, o seu choro, caracterizado pela intensidade e pelo princípio e término abruptos, não deve causar desespero. O ideal, após verificar que o pranto não decorre de carência, fome, frio ou calor, nem da necessidade de troca das fraldas, é aquecer o abdômen do bebê, aconchegá-lo e deixá-lo em posição fetal.
Essas são medidas que ajudarão a contornar o desconforto, visto que a medicação é reservada para casos intensos, sob orientação pediátrica. A Sociedade Brasileira de Pediatria ainda recomenda:
Estimuladas pela pandemia, a empatia, a generosidade e a solidariedade têm tornado-se, na atenção aqueles que mais necessitam de cuidados, concretas. Exemplo disso é a colaboração da comunidade do Alto da Serra do Botucaraí com o Hospital Notre Dame São Sebastião – referência regional para atendimentos de baixa e média complexidade, inclusive da Covid-19.
O pajador Alencar Teleken, por exemplo, apresentou seus versos em uma live nas mídias sociais, visando arrecadar recursos financeiros, materiais de higiene e de limpeza, além de equipamentos de proteção individual, em prol da casa de saúde.
O grupo de Escoteiros Sentinela do Jacuí, por sua vez, produziu sabão de álcool e glicerina, a fim de beneficiar o Hospital. A instituição, ainda, recebeu a doação de máscaras reutilizáveis, confeccionadas por Angélica Severo de Casca.
A mobilização comunitária voltada ao atendimento adequado dos pacientes internados na casa de saúde, no entanto, prossegue. Procure o próprio Hospital para contribuir com materiais diversos ou doe qualquer valor, por meio de transferência para a conta descrita abaixo:
Banco: Sicredi
Agência: 0218
Conta: 27666-9
Razão Social: Hospital Notre Dame São Sebastião
CNPJ: 92.017.516/0010-58
O distanciamento, ao qual a pandemia provocada pelo novo coronavírus nos impele, desafia-nos a encontrar novas formas de demonstrar afeto. Nos hospitais, não é diferente. Afinal, o processo de humanização do tratamento médico também precisa reinventar-se.
Por isso, a equipe de Nutrição e Dietética do Hospital Notre Dame São Sebastião buscou meios seguros para acolher e encorajar aqueles que, neste momento, estão mais fragilizados.
Como descreve a nutricionista responsável pela alimentação dos pacientes, Jordana Tirloni, as refeições passaram a ser servidas acompanhadas de frases motivacionais. “Desejamos que eles se sintam incentivados a comer e, também, inspirem a confiança na sua recuperação”, justifica a profissional.
Visando à comodidade daqueles que procuram os serviços de diagnóstico oferecidos pelas suas unidades, a Rede de Hospitais Notre Dame passa a disponibilizar, via internet, os resultados dos exames.
Para isso, basta que o paciente acesse o endereço hospitais.notredame.org.br/resultados-de-exames. Em seguida, opte pelo Hospital onde se submeteu aos testes e preencha corretamente os campos, conforme informado no momento de realização do exame.
Em caso de dúvidas, ele deve procurar a casa de saúde, por meio de telefonema ou de mensagem enviada pelo WhatsApp:
Por Luiz Henrique Toledo
Psicólogo pós-graduado em Avaliação e Diagnóstico Psicológico
e membro do quadro funcional do Hospital Notre Dame São Sebastião
Recentemente, um artigo publicado pela Harvard Business Review apontou que o intenso desconforto sentido por algumas pessoas, durante a pandemia de Covid-19, pode ser caracterizado como luto.
Segundo o estudo, as emoções decorrentes do período de isolamento social são vinculadas a sentimentos acarretados pela perda – neste caso, não necessariamente de uma pessoa, mas da liberdade.
Além desse luto, outros mais são experimentados graças ao surgimento do novo coronavírus, como o antecipatório – um luto fundamentado na ansiedade, que é vivenciado quando se percebe o futuro incerto, provocando uma ruptura com a sensação de segurança.
Para superar o luto, um bom começo é compreender os seus diferentes estágios – lembrando que eles não se desenrolam de forma linear e nem, necessariamente, na seguinte ordem:
– Negação: “Esse vírus não irá nos afetar.”
– Raiva: “Você está me fazendo ficar em casa e tirando minhas atividades.”
– Barganha: “Ok, se eu permanecer em isolamento social por duas semanas tudo ficará bem, certo?”
– Tristeza: “Eu não sei quando isso irá passar.”
– Aceitação: “Isso está acontecendo, eu preciso descobrir como proceder.”
É na aceitação que reside o poder, pois é nela que temos controle sobre as nossas atitudes – como fazer a correta higienização das mãos, manter uma distância segura dos outros indivíduos e buscar alternativas para trabalhar de forma remota.
Para alcançá-la, porém, é preciso estar presente – uma condição favorecida pela prática de meditação ou mindfulness. Afinal, no momento presente, nada do que você antecipa está acontecendo. Nele, você está bem.
É necessário, também, abrir mão daquilo sobre o que não se tem controle, direcionando esforços para aquilo está ao seu alcance – as posturas preventivas individuais, por exemplo.
Finalmente, este é um bom momento para praticar a compaixão, compreendendo que os indivíduos experimentam diferentes níveis de medo e de luto, que se manifestam de formas, também, diferenciadas.