Por Rodrigo Ughini Villarroel
Oncologista e membro do corpo clínico do Hospital Notre Dame Júlia Billiart
O câncer de próstata é o segundo mais comum entre a população masculina brasileira, levando ao óbito, em média, 42 indivíduos por dia. Por isso, esclareço o que é mito e o que é verdade, no que diz respeito à doença.
O sedentarismo e a obesidade podem aumentar o risco de desenvolvimento do câncer de próstata?
Sim. O sedentarismo e a obesidade estão relacionados a alterações metabólicas, que podem levar às alterações moleculares responsáveis pela origem do câncer.
A hereditariedade é um dos principais fatores de risco para o câncer de próstata?
Sim. Casos da doença entre parentes próximos, como pai, irmão ou tio, aumentam as chances de surgimento da doença.
O câncer de próstata é uma doença de idosos?
Não. Apesar de haver um aumento da probabilidade de desenvolver o câncer de próstata à medida que envelhecemos, outros fatores também influenciam no surgimento da doença. Por isso, cerca de 1/3 dos casos são diagnosticados antes dos 65 anos.
PSA aumentado é, necessariamente, sinal de câncer de próstata?
Não. A quantidade antígeno prostático produzida pela próstata pode variar em outras situações, como a de hiperplasia benigna da próstata, inflamação da próstata ou trauma.
Todos os casos de câncer de próstata são tratados com cirurgia ou radioterapia?
Não. Em casos de tumores de baixa agressividade, há a opção da vigilância ativa, na qual se faz um monitoramento periódico da evolução da doença, intervindo se houver progressão.
Se não há sintomas, não há câncer de próstata?
Não. O de próstata é um dos cânceres mais silenciosos. Portanto, nem todos os pacientes apresentam sintomas.
Recomendo que homens negros, obesos mórbidos ou com parentes de primeiro grau que apresentem câncer de próstata iniciem avaliação urológica periódica aos 45 anos. Os demais devem fazê-lo a partir dos 50.