Por Rodrigo Bolson Radins
Psiquiatra e integrante do corpo clínico
dos Hospitais Notre Dame Júlia Billiart e São Sebastião
Angústia, preocupação e um aperto no peito que não se consegue localizar, geralmente, acompanhados da sensação de falta de ar, de suor intenso e de aceleração cardíaca: esses são sintomas característicos da ansiedade.
Mesmo um tanto assustadora, ela é uma emoção comum ao ser humano, avisando-o sobre possíveis riscos e, inclusive, auxiliando-o a esquivar-se deles. Ela se manifesta, por exemplo, às vésperas de uma prova, motivando o aluno a estudar mais e conquistar um melhor desempenho. Ela, ainda, faz com que um indivíduo evite um percurso perigoso, preservando o seu bem-estar.
Neste ano, porém, a pandemia provocada pelo novo coronavírus representa uma nova fonte de ansiedade. Preocupamo-nos com a nossa própria saúde e com a dos nossos familiares; questionamo-nos acerca da segurança dos nossos empregos e sobre como será o retorno dos nossos filhos à escola…
Tantas são as incertezas que podemos perder o controle sobre a ansiedade. Por isso, é preciso adequar a rotina a este período atípico. E, sobretudo, respeitá-la.
Ter um horário para adormecer, despertar e alimentar-se; não vestir apenas pijamas; não abusar de bebidas alcoólicas e estimulantes, comidas calóricas ou drogas lícitas e ilícitas; manter uma rotina de atividades físicas; reduzir o tempo diante das telas; priorizar momentos de lazer pautados na interação com aqueles com quem coabita; e evitar cobranças demasiadas acerca do desempenho acadêmico ou profissional são medidas que fazem toda a diferença.
Se, ainda assim, a ansiedade se tornar insuportável ou paralisante, é fundamental procurar por ajuda de um psicólogo ou psiquiatra.