Não é incomum encontrar nódulos hepáticos em ecografia de abdômen durante avaliação de sintomas abdominais. E, se esse for o seu caso, é recomendado que consulte um médico especialista para definir o tipo de nódulo encontrado.
Quando se fala em nódulos benignos, podemos dividí-los em dois grandes grupos: os cistos simples e os nódulos sólidos hipervascularizados. Em relação aos cistos, eles são lesões nodulares preenchidas por conteúdo líquido incolor semelhante à água, que não costumam crescer e, em geral, não necessitam tratamento. As lesões nodulares sólidas benignas hipervascularizadas, por sua vez, dividem-se, principalmente, em três tipos: o hemangioma, a hiperplasia nodular focal e o adenoma hepático.
Hemangioma hepático
Os hemangiomas hepáticos são tumores benignos hipervascularizados e são a causa mais comum de nódulo sólido descoberto no fígado em ecografias de abdômen. Eles estão presentes em até 20% da população geral e podem ocorrer em qualquer idade, sendo mais comum em mulheres. Geralmente, são assintomáticos e não requerem nenhum tipo de tratamento.
Hemangiomas com 10 cm ou mais – chamados de hemangiomas gigantes – podem causar sintomas, como dor. Nesses casos, deve ser realizada cirurgia ou embolização do hemangioma. É importante ressaltar que a presença de hemangiomas no fígado não contra-indica gestação ou uso de anticoncepcionais hormonais.
Adenoma hepático
Adenoma hepático é um tipo de tumor benigno que acomete o fígado e apresenta riscos, uma vez que há chances de hemorragia, ruptura e transformação para câncer. Cerca de 90% das lesões afetam mulheres entre 30 e 50 anos de idade, sendo o uso de anticoncepcionais hormonais o principal fator de risco. Além disso, esteróides androgênicos, diabetes e esteatose também podem ocasionar o aparecimento do tumor.
A confirmação diagnóstica é realizada através de ressonância magnética, reservando-se a biópsia apenas para os casos duvidosos. Em relação ao tratamento, pode ser realizada apenas a retirada do agente agressor caso o adenoma seja menor que 5 cm. A ressecção cirúrgica, por sua vez, é indicada, em geral, para adenomas maiores de 5 cm.
Hiperplasia nodular focal
A hiperplasia nodular focal é o segundo tumor sólido benigno mais frequente no fígado. A fisiopatogenia não está muito esclarecida e parece ser uma resposta celular proliferativa a uma artéria anômala. A prevalência é de 0,4 a 3% e 90% dos casos ocorrem em mulheres. Eles, geralmente, são únicos e menores de 5 cm, mas há casos em que podem ter dimensões maiores que 10 cm. Na maioria das vezes, são assintomáticos, não necessitando de tratamento específico. Não são lesões pré-malignas, ou seja, não têm risco de se transformar em câncer. E, assim como o hemangioma, não tem relação com ACO ou gestação.
Por: Dra. Raquel Scherer Fraga/Hepatologista – CRM 24280
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