A hipertensão arterial é fator complicador para cerca de 7 a 10% de todas as gestações – incidência que pode variar de acordo com a população estudada e os critérios utilizados para o diagnóstico. Essa é a complicação médica mais comum durante a gravidez, além de ser a principal causa de morbimortalidades materna e perinatal. A gestação pode agravar a hipertensão que já existia anteriormente (hipertensão arterial crônica) ou, então, induzi-la em mulheres normotensas (hipertensão gestacional/pré-eclâmpsia).
Podendo comprometer a saúde e a vida tanto da mãe quanto do bebê, as causas de pressão alta durante a gestação podem estar relacionadas à má formação da placenta. O risco de desenvolver hipertensão é maior na primeira gestação, se a mulher tiver mais de 35 anos ou se ela for diabética. Também fazem parte do grupo de risco as mulheres que estão gestando múltiplos bebês, aquelas que já tiveram pré-eclâmpsia ou que têm histórico familiar da doença, assim como as que sofrem com a obesidade ou a doença renal.
Os distúrbios hipertensivos da gestação podem se apresentar das seguintes formas: pré-eclampsia, eclampsia, hipertensão transitória da gravidez e pré-eclampsia sobreposta à hipertensão prévia. A pré-eclâmpsia, por exemplo, é o aumento da pressão arterial acompanhada da eliminação de proteína pela urina – uma complicação que, normalmente, começa depois da 20ª semana de gestação e que, se não tratada adequadamente, pode culminar na eclâmpsia: a fase final da doença, caracterizada pela pressão muito elevada acompanhada de outros sintomas mais graves, como convulsões. Nesse estágio, as vidas da mãe e do bebê estão em risco.
Por isso, a importância de se realizar um pré-natal criterioso e sistemático para monitorar as gestantes que se enquadram nesse perfil, prevenindo, assim, complicações e monitorando o bem-estar materno-fetal, a internação e a interrupção da gestação – caso seja necessário.
Por: Bruna da Silva Wiatrowski – Obstetra e Ginecologista do HNDSS (CRM: 41150)
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